Dissertação - Rafael Clain Martins

  • Saúde mental de estudantes de uma universidade do extremo sul do Brasil : análise de clusters de sofrimento psicológico e sua associação com a flexibilidade psicológica

     

     

    Resumo

     

    Objetivo: Medir os níveis de ansiedade, estresse e depressão em estudantes, identificar agrupamentos (clusters) de gravidade de sofrimento psicológico e investigar as associações desses desfechos com a flexibilidade psicológica dos estudantes. População alvo: Estudantes de graduação com idades iguais ou superiores a 18 anos da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) matriculados no segundo semestre de 2025. Delineamento: Estudo transversal. Desfecho: Clusters de sofrimento psicológico criados a partir dos escores de ansiedade, depressão e estresse. Processo amostral: Amostragem aleatória sistemática por conglomerados com base nas turmas registradas no sistema da universidade. Foram realizados sorteios entre as turmas a serem coletadas presencialmente. As turmas foram visitadas durante os meses de novembro de 2024 a janeiro de 2025, 134 turmas foram amostradas, totalizando 999 estudantes para esse estudo. Análise: Foi realizada uma análise de clusters utilizando o método k-means para identificar os diferentes grupos de gravidade de sofrimento psicológico de acordo com os escores de depressão, ansiedade e estresse avaliados pelo PHQ9-9, GAD-7, SPS-14, respectivamente. Por fim, foi utilizada a Regressão Logística Multinomial para investigar associações entre as variáveis, os clusters e a flexibilidade psicológica. Resultados: Identificaram-se três clusters de sofrimento psicológico: baixo/ausente (28,8%), clinicamente relevante (42,1%) e severo (29,1%). Fatores associados ao maior sofrimento incluíram: ser mulher (p<0,001), orientação sexual não-heterossexual (p<0,001), menor idade (p=0,018), menor renda (p=0,034), insatisfação com o curso (p<0,001) e não estar no curso desejado (p<0,001). A inflexibilidade psicológica apresentou forte associação dose-resposta com o sofrimento psicológico, com indivíduos altamente inflexíveis tendo 149,16 vezes mais chances de estar no grupo de sofrimento severo (p<0,001). Conclusão: O estudo revela altos níveis de sofrimento psicológico entre universitários, destacando a forte associação com a inflexibilidade psicológica. Os resultados sugerem a necessidade de intervenções focadas no desenvolvimento da flexibilidade psicológica no contexto universitário para melhorar a saúde mental dos estudantes.

     

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