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Mudança de renda familiar e violência por parceiro íntimo na pandemia por Covid-19: Um estudo da coorte de nascimentos de 2019 em Rio Grande - RS
Autor: Douglas Pinheiro Caumo (Currículo Lattes)
Resumo
O objetivo é identificar se houve associação entre a mudança de renda familiar e violência por parceiro íntimo em período de pandemia por COVID-19 num estudo de coorte em mulheres que tiveram bebês em 2019 em Rio Grande (RS). Em 2019 identificamos todos os nascimentos hospitalares no município e houve 2.302 respondentes. Em 2020, surge o acompanhamento on-line WebCOVID-19 e foram acompanhadas 1.040 mães. Para este estudo utilizou-se os dados coletados nos no perinatal (2019) e na Onda II do acompanhamento online (2020). Quem diminuiu a renda apresentou a maior prevalência para violência psicológica (15,5%) e depois para física/sexual (2,66%). Ainda assim, não foram observadas uma associação estatisticamente significativa entre as variáveis testadas. A amostra foi constituída majoritariamente por mulheres pertencentes ao maior tercil de renda e de pele branca, todavia a literatura aponta que negras e de posições socioeconômicas mais baixas são mais propensas à violência, então é provável que a real prevalência de VPI esteja subestimada. Ainda que não tenhamos uma associação, devemos destacar alguns pontos. Primeiramente percebemos mais famílias acometidas pela diminuição de renda em comparação a quem aumentou/se manteve igual. Essa diminuição poderia ter tido outros efeitos nessa amostra, principalmente relacionados à saúde física e mental. Outro ponto é que a violência psicológica apresentou uma prevalência consideravelmente alta em comparação a outros estudos. Assim, evidenciar os fatores que podem estar associados à VPI poderá conscientizar e sensibilizar a comunidade, os pesquisadores, o Estado e todos os demais interessados sobre as taxas crescentes de violência.